A vida contemporânea é monitorada constantemente, fazendo do ser humano um ser quantitativo que assume total controle sobre os números que cercam seus dias. O futuro previsto no filme “Her” parece assustadoramente próximo: a obsessão por smartphones inseriu o “personal tracking” na cultura mainstream. Quando qualquer lembrança pode ser clicada e acessada novamente, cresce uma consciência que desperta para a redescoberta da finitude, da presença e da impermanência. Short Life é a contra-tendência à ressaca digital.
O não-registro, a contemplação, o digital-detox e o monotasking entram em cena para propor a reconexão consigo e com o mundo ao redor.
A moda enfrenta uma auto-subsversão em seu sistema, cobrando de si valores que fazem com que as roupas deixem de ser objetos para se transformarem em sujeitos.
A trollagem deixa de ser uma agressão vazia e passa a ser lida como um humor repleto de nuances que, de forma cirúrgica, coloca uma vírgula no pensamento de um crescente número de entendedores.
As linhas divisórias entre on e off se tornaram tão nebulosas quanto outras fronteiras antes bem demarcadas. Barreiras entre o real e o ficcional inexistem em uma mentalidade seamless.