No contexto de super-exposição da Internet, é crescente o contra-movimento que vê a impermanência como medida para proteger a privacidade. A informação com curto prazo de validade se torna uma poderosa ferramenta de comunicação, e seu valor é exatamente a evanescência. Quando tudo pode ser trackeado, camuflar-se passa a ser um desejo coletivo que torna valioso qualquer exercício de efemeridade.
Vivemos numa lógica comunicacional que carrega a compressão do máximo de significado em um mínimo de representação simbólica. A comunicação minimalista dos emojis propõe um novo paradigma linguístico. Em um mundo de excessos, comunicar muita coisa não é comunicar em quantidade. A fragmentação da linguagem hoje é tão profunda que uma única imagem pode ser muito mais precisa do que um parágrafo inteiro.
Passa a existir um blur entre o que é real e o que é imaginário quando narrativas fictícias podem propor realidades tão convincentes que são capazes de diluir as barreiras entre o verdadeiro e a fantasia. A ficção sublinha o que há de mais importante e, muitas vezes, ressalta as reações humanas em situações e contextos considerados extremos.