Short Life – resumo da tendência
Dados gerados constantemente monitoram a vida contemporânea: passos percorridos, situação financeira, qualidade do sono, memórias vividas. Tudo é registrado e a tecnologia tornou-se uma extensão do corpo e da mente. O ser humano se tornou um ser quantitativo, assumindo total controle sobre todos os números que cercam seus dias.
O cenário do “personal tracking”, antes restrito a médicos ou atletas, hoje faz parte da cultura mainstream. Basta olhar ao redor. A obsessão por smartphones faz o futuro previsto no filme “Her” parecer assustadoramente próximo.
Start-ups oferecem o mapeamento total do seu DNA enquanto a eutanásia a morte assistida se tornam assuntos nunca antes tão debatidos. Nesse cenário, o biohacking tornou-se o sintoma dos tempos digitais.
Short Life é a contra-tendência à ressaca digital que faz as pessoas flertarem continuamente com a onisciência, a onipresença e, claro, a onipotência. Em tempos quando qualquer lembrança pode ser clicada e acessada novamente, Short Life é uma consciência que desperta para a redescoberta da finitude, da presença e da impermanência.
Nossa relação com a memória é colocada em xeque quando o não-registro torna-se uma possibilidade. A intensidade das experiências da vida passa a ser analisada por outros ângulos. Fotografar sua comida faz tão pouco sentido quanto filmar um show.
Short Life é:
Finitude como forma de libertação
Efemeridade como fuga da eterna memória digital
As fronteiras da linguagem minimalista
Inacessibilidade como expressão de luxo
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