Moda não-binária: panorama histórico contextualiza tendência

 

Códigos sociais representados pelas roupas estão rompidos com a ascenção do não-binarismo de gênero na moda. Mesmo que existam milhas de distância entre a fantasia da passarela e a realidade das lojas, varejistas começam a tomar atitudes para aproximar-se desta tendência. Enquanto a velha indústria procura caminhos, marcas underground e novos designers protagonizam a evolução.

Fusão de gêneros: respiro para a moda masculina

 

As noções de feminilidade e masculinidade estão sendo questionadas e desconstruídas em todas as áreas, incluindo a moda. O terreno é fértil para a construção de uma cultura de moda que abarque a diversidade. Até então, a maioria dos experimentos envolvendo gênero aconteciam no vestuário feminino, mas hoje o gender blur invade as passarelas e mostra que a moda masculina passa por um rico momento criativo.

Wearables: tecnologia sensível à moda

 

Em um mundo dominado pela metrificação, os wearables estão fazendo diferente, criando conteúdo de qualidade através da valorização do sentimento. À medida que a tecnologia se lança em novas ambições para ser mais intuitiva, há uma movimentação natural em direção à moda. A expectativa é de que moda e tecnologia fundam-se a fim de trazer um frescor de benefício mútuo.

Passarelas da não-linearidade

 

A glorificação das fashion weeks como lançadoras absolutas de tendências cai por terra quando todos parecem beber da mesma fonte de inspiração. A rua evidencia como está desgastada a ideia de que uma tendência vem sempre de cima para baixo — da elite para o popular. Hoje, as inspirações transitam fluidas e podem estar em qualquer lugar.

Morte da idade declarada pela moda

 

A rapidez das mudanças no comportamento humano torna confuso o conceito de geração e dificulta a estabelecer os cortes de sua linha do tempo. A juventude tem deixado de ser uma inspiração inquestionável, excluindo a idade da pauta contemporânea. Mais do que uma tentativa de inclusão, existe por trás deste fenômeno uma questão mercadológica: este consumidor existe, e há dinheiro para ser feito.

O ampliamento do conceito de gênero na moda

 

Acontece há um tempo na moda um movimento de inversão de códigos do vestuário masculino e feminino, quebrando normas pré-estabelecidas e antigas noções de gênero. Trata-se de uma libertação de estereótipos, uma espécie de jogo ilusório interpretado por alguns como moda unissex. Novos formatos de negócio começam a prestar atenção a um público até então carente de roupas e produtos que acompanhassem seus modos de pensar a questão do gênero.

Ética como propulsora de um consumo elevado

 

O consumo de moda vem sendo repensado e revisto. Questões éticas entram em jogo e começam a ser consideradas nas decisões de compra. Quando os males da indústria vem à tona, consumir passa a ser um ato consciente e político. Hoje, as marcas estão levando em consideração o repúdio do público por escândalos que degradam a vida humana. O despertar para uma maneira mais evoluída de consumir deverá atingir proporções ainda maiores nos próximos anos.

A desaceleração do fast fashion

 

Impossível listar todas as referências que definem a estética dos primeiros anos do século XXI, e muito menos eleger a mais marcante. A moda nunca foi tão globalizada, e nunca tantas pessoas em tantos lugares diferentes do mundo se vestiram da mesma maneira. Um dos grandes responsáveis por isso é o fast fashion, que defende exatamente a grande essência da moda: a efemeridade. Mas este cenário já apresenta sinais de desgaste.